segunda-feira, 15 de setembro de 2008

SARAPALHA
"Canta, canta, canarinho, ai, ai, ai. . . Não cantes fora de hora, ai, ai, ai. . . A barra do dia aí vem, ai, ai, ai. . . Coitado de quem namora!. . ."
(O TRECHO MAIS ALEGRE, DA CANTIGA MAIS ALEGRE, DE UM CAPIAU BEIRA-RIO.)

TAPERA DE ARRAIAL. Ali, na beira do rio Pará, deixaram largado um povoado inteiro: casas, sobradinho, capela; três vendinhas, o chalé e o cemitério; e a rua, sozinha e compri­da, que agora nem mais é uma estrada, de tanto que o mato a entupiu.
Ao redor, bons pastos, boa gente, terra boa para o arroz. E o lugar já esteve nos mapas, muito antes da malária chegar.
Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou ca­minho, entrou na boca aberta do Pará, e pegou a subir. Cada ano avançava um punhado de léguas, mais perto, mais perto, pertinho, fazendo medo no povo, porque era sezão da brava — da "tremedeira que não desamontava" — matando muita gente.
— Talvez que até aqui ela não chegue. . . Deus há-de. . .
Mas chegou; nem dilatou para vir. E foi um ano de tris­tezas.