sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TEMA: O PODER DAS MULHERES

Redações sobre o tema “mulher”

As águas do Colorado

Ao serem observadas do topo do Grand Canyon, as águas do rio Colorado aparentam uma incrível fragilidade. Tem-se a nítida impressão de sua impotência diante das gigantescas mon¬tanhas que as circundam. Quando, num primeiro momento, observamos as mulheres, ternos exatamente as mesmas ideias: serem frágeis e impotentes.
Assim como o rio, historicamente as mulheres sempre foram julgadas fracas e incapazes. Por esse motivo, até o início deste século, só possuíam um direito: não ter direito algum. Eram proibidas de frequentar faculdades, não tinham direi¬to ao voto e não podiam nem ao menos gerenciar a sua própria vida. A elas cabiam exclusivamente a educação dos filhos e os cuidados para a manutenção da casa ao gosto dos maridos.
Porém, com o final da Segunda Guerra Mundial essa situação sofreu grandes mudanças. As mulheres passaram a exigir igualdade de direitos e oportunidades. Assim, algumas chegaram a ocupar funções administrativas e até mesmo elevados cargos políticos, caso da inesquecível Dama de Ferro da Inglaterra e da grande Golda Meir de Israel.
Com a conquista de muitos direitos, as mulheres já competem diretamente com os homens provando sua força e capacidade. Não é mais raro vermos lares sustentados por mulheres e empresas por elas gerenciadas. Além disso, sua participação faz-se cada vez mais presente em países cuja economia mostra-se frágil. Como exemplo, temos a indispensável presença da mão-de-obra feminina em países cuja economia fora planificada e também no Brasil.
Desta forma, fica evidente a importância das mulheres no mundo moderno, bem como as grandes modificações por elas conquistadas no seu "status quo". Assim, sua aparente fragilidade e impotência sucumbem diante do seu poder modificador. Por isso, as mulheres são como as águas do Colorado: aparentam uma grande fragilidade, mas, pro meio de seu persistente movimento, são capazes de esculpir o Grand Canyon. (Ricardo Reis)

Por trás dos bastidores

Assim como a maquiagem disfarça imperfeições e propicia à mulher uma imagem desejável, a aparente e bela idéia de que o sexo feminino conquistou igualdade em relação ao gênero oposto é superficial, camuflando sua real situação. É inegável que certas concessões foram realizadas à mulher, como direito ao voto e liberdade sexual através dos métodos contraceptivos. No entanto, tais aquisições são veiculadas pela sociedade – aparentemente justa, mas de essência machista – para impor o conceito de que a mulher já garantiu direitos bastantes e, por essa razão, deve-se dar por satisfeita.
Equivocadamente, observa-se a face sorridente da sociedade para com a mulher - esta parece contentar-se por ocupar postos de trabalho anteriormente pertencentes somente ao sexo oposto e prega-se seu desvencilhamento do estereótipo doméstico. Em contrapartida, um olhar mais perspicaz e focado capta os poros obstruídos nessa imagem maquiada pela ideologia imposta.
É coerente a um mundo que diz ver a mulher como um ser intelectual, provido de capacidade e vencedor na luta por seus direitos, tolerar a publicidade que abusa da exploração do corpo feminino para a venda de cerveja, reduzindo a mulher a um pedaço de carne? Seguindo essa tendência de banalização da imagem feminina, não é casualidade encontrar mulheres sensuais rodeando carros em salões do automóvel.
A afirmação de que a mulher largou o pano de chão e saiu em busca de trabalho é parcialmente verdadeira. Em vários países terceiro-mundistas, isso está longe de ocorrer. E, onde ocorreu, não é raro estatísticas apontarem menor remuneração destinada ao sexo feminino. Também não se pode ignorar que anúncios de produtos de limpeza, utensílios domésticos e alimentos são dirigidos especialmente à mulher.
Há 34 anos, a ONU decretou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher em homenagem às funcionárias de uma fábrica de tecidos em Nova York que morreram queimadas num protesto por igualdade de direitos em 1857. Ano após ano, por trás das inúmeras homenagens repletas de flores que a mídia veicula, esconde-se a oprimida e real face feminina. (Letícia)

Nenhum comentário: