terça-feira, 27 de março de 2012

GÊNERO TEXTUAL - EDITORIAL

(UNICAMP 2011) - Redação 3: Coloque-se na posição de um jornalista que, com base na leitura do texto abaixo, deverá escrever um editorial, isto é, um artigo jornalístico opinativo, para um importante jornal do país, discutindo o crescimento do e-lixo no Brasil. Seu texto deverá, necessariamente:

• abordar dois dos problemas relacionados ao crescimento do e-lixo no Brasil levantados pelo texto abaixo;
e
• apontar uma forma possível de enfrentar esse crescimento.

Atenção: Por se tratar de um editorial, você deverá atribuir um título ao seu texto. Lembre-se de que não deverá recorrer à mera colagem de trechos do texto lido.

Aumento na geração de e-lixo e responsabilidade compartilhada

Quando você descarta um equipamento eletrônico, você está gerando o que se conhece como “e-lixo”. São materiais tais como pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD’s, CD’s, rádios, lâmpadas fluorescentes e muitos outros que, se não tiverem uma destinação adequada, vão parar em aterros comuns e contaminar o solo e as águas, trazendo danos para o meio ambiente e para a saúde humana. Com a rápida modernização das tecnologias, os aparelhos tornam-se ultrapassados em uma velocidade assustadora. Na composição dos equipamentos eletrônicos existem substâncias tóxicas como mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênio – altamente perigosos à saúde humana.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu em 22 de fevereiro de 2010 medidas urgentes contra o crescimento exponencial do lixo de origem eletrônica em países emergentes como o Brasil. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apresentou um relatório que ressalta a urgência de estabelecer um processo ambicioso e regulado de coleta e gestão adequada do lixo eletrônico uma vez que a geração desse lixo cresce mundialmente a uma taxa de cerca de 40 milhões de toneladas por ano.
Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de planejamento ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, credita a posição do Brasil à ampliação da inclusão digital no país e ao aumento do poder aquisitivo das classes C, D e E. Para o professor Fernando S. Meirelles, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a questão do lixo eletrônico no Brasil não é necessariamente um problema de governo. "É um fator cultural. O mercado de reciclados ainda é muito incipiente e não há coletores suficientes."
Embora ainda tramite no Senado o projeto de lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (aprovado pela Câmara dos Deputados em março de 2010 após 19 anos de tramitação), é possível fazer alguns comentários sobre o conjunto de obrigações legais que estruturarão juridicamente, no Brasil, a Logística Reversa (o retorno do equipamento usado para o fabricante ou comerciante), que tem como implicação a Responsabilidade Compartilhada entre os Produtores/Fabricantes, os Comerciantes e Distribuidores, e os Consumidores. Está visto que não adianta a boa vontade dos consumidores se não existir uma infraestrutura de recolha do lixo eletrônico. É essa falta de estrutura que representa o grande entrave na política de gestão prevista na PNRS. Não podemos ignorar que a nossa cultura de gestão de resíduos é "zero". Daí porque o planejamento de política pública é o ponto inicial para qualquer medida que pretenda ser eficaz nessa área.


(Adaptado das seguintes fontes: http://www.e-lixo.org/elixo.html (acessado em abril de 2010), www.uol.com.br por Juan Palop (publicada em 22.02.2010) e http://lixoeletronico.org por Diogo Guanabara (publicado em 20.04.2010))


EXEMPLO DE EDITORIAL


Cuba e os direitos

Dilma Rousseff desembarcou em Cuba no penúltimo dia de janeiro. O Brasil concedera, dias antes, um visto de entrada para a blogueira cubana dissidente Yoani Sánchez, que pretendia participar do lançamento, na Bahia, de um documentário sobre a liberdade de imprensa em Cuba e em Honduras. Contudo, o gesto brasileiro circunscreveu-se à emissão do visto. A presidente nem sequer respondeu a uma solicitação da blogueira por um encontro em Havana. O assessor de política externa Marco Aurélio Garcia afirmou que a obtenção da indispensável autorização cubana de viagem era “um problema de Yoni”. A dissidente não obteve a autorização, na sua 19ª tentativa.
A visita de Rousseff coincidiu com a realização de uma aguardada conferência do Partido Comunista Cubano (PCC), que debateu a continuidade das reformas no país. O discurso de Raul Castro perante a conferência dissolveu as parcas expectativas existentes. Castro reafirmou, para surpresa de ninguém, que as reformas não alterariam em nada o sistema unipartidário cubano. Porém, avançando um pouco além, o ditador explicou que o PCC é a representação única da nação cubana, pois outros partidos ou outras correntes políticas seriam, inevitavelmente, expressões dos interesses estrangeiros operando dentro de Cuba.
No passado, regime de partido único do “socialismo real” justificavam-se com o argumento de que outros partidos expressariam os interesses das “elites” ou da “burguesia”. Afirmar, entretanto, que expressariam interesses “estrangeiros” é mais grave, pois abre caminho para definir qualquer atitude de contestação política como ato de guerra ou espionagem. Cuba engaja-se em reformas econômicas que implicam a demissão de centenas de milhares de funcionários empregados pelo Estado. Quando o regime recusa autorização de viagem para Yoani, uma cidadã contra a qual não pesam processos judiciais, está violando o direito de ir e vir, consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de todos os cubanos. Quando Castro identifica o PCC à nação cubana, está dizendo que protestos contra as demissões em massa poderão ser classificados como gestos de traição à pátria. As duas atitudes devem merecer um mesmo repúdio. (Mundo - Geografia e Política Internacional. Março/2012)

sexta-feira, 23 de março de 2012

PREPARAÇÃO PARA O 2 º SIMULADO - 30 DE março

PREPAREM-SE PARA O NOSSO PRÓXIMO SIMULADO ESTUDANDO O MATERIAL APRESENTADO A SEGUIR.

1. Argumentação e contra-argumentação

Método de investigação: assim que se pensou em algo, procurar em que sentido o contrário é verdadeiro. (Simone Weil)

A experiência de pensar o ponto de vista e a argumentação dos outros, principalmente dos que têm posições contrárias às nossas, representa um salto de qualidade em nossa capacidade dissertativa. Nosso pensamento fica mais aberto, mais maduro, mais crítico. Precisamos desenvolver essa capacidade de pensar opiniões, raciocínios, argumentos diferentes dos nossos, e mesmo os opostos. Por exemplo, no tema Nenhum homem é uma ilha você saberia dizer qual seria um argumento de alguém que pensou o contrário do que você pensa? Experimente descobrir um argumento que está fundamentando uma opinião oposta à sua, e, em seguida, examine-o atentamente. Veja em que medida ele está ou não com a razão, está ou não sendo válido. No caso de você continuar com a sua posição inicial, procure, então, contra-argumentar: procure derrubar esse argumento oposto, procure demonstrar que ele não está com razão. Você vai se tornando capaz de argumentar e de contra-argumentar, capaz de defender as suas ideias e de refutar ideias contrárias às suas.

Leia esta redação, e procure identificar os argumentos que foram usados. Mesmo que você concorde com eles, vamos fazer um exercício: você vai tentar derrubar esses argumentos, você vai fazer uma.

Atenção: faça a identificação dos argumentos e a refutação deles apenas mentalmente, sem escrever nada. É apenas um treino.

Redação:

“Nenhum homem é uma ilha”

Nenhum homem é uma ilha, porque por mais solitário que ele seja, sempre terá alguém ao seu lado, dando aquela força. O homem nunca poderia ser uma ilha, pois está sempre procurando novas coisas, novas emoções, sempre se envolvendo com gente nova, por mais desconhecido que seja.
Mesmo que a pessoa fosse muito, muito solitária, nunca poderia ser comparada a uma ilha. Na verdade, a ilha está sempre solitária. A ilha, por mais feia e sombria que seja sempre terá alguém por perto: as aves, as pedras, as árvores, a água do mar, os peixes etc.
Por isso e por muitas outras coisas, um homem não pode ser uma ilha, porque ele acima de tudo é um ser humano e por ele ser um ser humano sempre terá alguém o amando ou o querendo bem, por mais longe que esteja ou por mais feio e sombrio que ele seja. (Angelo)

Você percebeu quantos contra-argumentos poderia elaborar, através de uma leitura atenta desta dissertação? Por exemplo:

1º parágrafo: Será que realmente sempre temos alguém ao nosso lado, dando "aquela força"? E nos momentos em que isso não ocorre?
Será que o fato de procurarmos coisas novas, envolver-nos em novas emoções e novas pessoas, significa necessariamente encontrarmos o que procuramos?
2º parágrafo: A analogia entre homem e ilha é bonita, porém, podemos questioná-la. A ilha é um lugar, um cenário feito de coisas da natureza que se completam harmoniosamente. O homem, por sua vez, é um ser social, cultural, que precisa não só estar perto de outros homens mas também se relacionar com eles, conviver. Estar perto dos outros nos torna necessariamente menos solitários?
3º parágrafo: E se o homem, enquanto ser humano, não se sentir amado, querido pelos outros? Será impossível ele se sentir uma ilha?

(...) Como você está vendo, há argumentos que comprovam e argumentos que negam o tema proposto. Desenvolvê-lo dissertativamente, de acordo com o método sugerido, significa assumir um ponto de vista, argumentar a seu favor, imaginar uma contra-argumentação e, finalmente, refutá-la, reafirmando o ponto de vista.

2. “TOMAR A DEFESA DE...”

“A História em quadrinhos é um gênero menor?”

O que muitas pessoas pensam
- Exagero de imagens nas H.Q. As H.Q. levam os jovens à preguiça.
- As H.Q. são escritas em linguagem ruim. As H.Q. são responsáveis pelo mau aproveitamento dos alunos em relação à linguagem.
- As H.Q. não são uma arte, pois podemos encontrá-las em todos os jornais. As H.Q. não têm lugar na escola.


Entretanto...
- A leitura das H.Q. ajuda os jovens a apreciarem melhor o cinema e a televisão.
- As H.Q. podem ajudar e preparar os jovens para ler, mais tarde, romances (intriga, personagens...)
- A arte viva não está no museu. Sendo publicada nos jornais, as H.Q. são uma arte ao alcance de todos.



Como responder, pois, à questão colocada?



1) exposição rápida da questão, tal como ela é vista pelo adversário.
Os jovens de hoje lêem apenas H.Q. e, por esta razão, são incapazes de ler o mais simples romance. Por causa delas, os jovens não mais manifestam o menor interesse pela grande literatura. Tais são as reflexões que ouvimos frequentemente sobre este assunto.

2) 1º argumento do adversário
É certo que as H.Q. são de leitura mais fácil, graças às imagens. Sua leitura reclama menos esforços e pode, assim, levar certos leitores à preguiça.

3) 2º argumento do adversário
Certamente também, a linguagem utilizada nas H.Q. não é sempre de excelente nível e esta leitura não contribuirá para a melhora da maneira de se exprimir de certos jovens.

4) 3º argumento do adversário
É verdade ainda, que as H.Q. são publicadas em jornais que não apresentam interesse no plano cultural, o que pode fazer com que muitos digam que elas não são uma arte, não podendo assim ter um lugar na escola.

5) 1ª conclusão que parece aprovar as teses do adversário
Compreende-se muito bem, pois, que certos educadores possam fazer julgamentos tão severos sobre as H.Q.

6) Transição
Entretanto, apesar de seus defeitos, as H.Q. merecem mais indulgência. Seu sucesso junto à maioria dos jovens prova que elas apresentam um certo interesse.

7) 1ª réplica
Antes de mais nada, pela utilização de imagens, as H.Q. podem ajudar a apreciar melhor o cinema e a televisão.

8) 2ª réplica
A seguir, elas podem preparar para ler, mais tarde, os romances, na medida em que a história se desenvolve de maneira idêntica (intriga, personagens etc.).

9) 3ª réplica
Finalmente, o fato de serem publicadas nos jornais não justifica a condenação das H.Q. Uma arte viva não se encontra num museu. Nos jornais, ela se encontra ao alcance de todos.

10. Conclusão geral
Vê-se por tudo que precede, que é preciso não hesitar em modificar certos julgamentos muito severos sobre um fenômeno que apaixona jovens e adultos.

“Quando tomamos a defesa de alguém ou alguma coisa, respondemos a críticas que já foram feitas. Poderíamos nos contentar com a exposição dos argumentos favoráveis ao ponto-de-vista que queremos defender. Mas é muito mais hábil lembrar os argumentos do adversário para poder, em seguida, responder a eles. Mostramos assim que estamos a par das críticas que foram feitas, que conhecemos as acusações que foram colocadas. Desta forma, nossa defesa parecerá mais sólida.”


Colocação do assunto
1) Lembrar a posição geral do adversário, isto é, aquilo que ele tem o hábito de dizer.
...tais são as reflexões...
...escuta-se frequentemente dizer...


Exposição das críticas do adversário
2) Retomada da exposição das críticas do adversário. Reconhecemos que ele pode ter razão e que seu ponto de vista pode ser justificado. Desta forma, o leitor lhe será mais favorável (a você, que escreve). Podemos utilizar:
- fórmulas de concessão
- procedimentos de enumeração
-exemplos

Esta primeira parte se fecha por uma conclusão provisória. Parece que aprovamos o ponto de vista do adversário.
...é certo que...
...é verdade que...
...pode ser que...
...tal (afirmação) pode levar a crer que...
Sem dúvida...mas...
Pode-se perfeitamente admitir que (...), entretanto
Compreende-se então que...
Pode-se assim justificar...


Transição
3) Transição: passamos da exposição dos argumentos do adversário a sua crítica.
Entretanto / no entanto / contudo / todavia / porém etc...

Respostas às críticas
4) Respondemos às acusações do adversário, enumerando uma certa quantidade de argumentos.
Inicialmente...
Primeiramente...
A seguir...
Por outro lado...
Quanto a...
Enfim...
Finalmente...


Conclusão
5) Conclusão geral que contradiz a opinião do adversário, que já havia sido exposta na introdução.
Vê-se por tudo que precede...
Compreende-se pelo que já se disse...
Percebe-se, pois, que...


(Escrever e convencer. Gérard Vigner. In: Redação: escrever é desvendar o mundo. Severino A. M. Barbosa)

Exercício:

Análise de textos em que se observa, de maneiras diversas, a presença de argumentação e contra-argumentação.

Tema 1: (FUVEST 1999): Como você avalia a jovem geração brasileira que constitui a maioria dos que chegam ao vestibular? Situada, em sua maior parte, na faixa etária que vai dos dezesseis aos vinte e um anos, que características essa geração apresenta? Que opinião você tem sobre tais características?


Juventude contrastes

A juventude do fim do século é, muito comumente, encarada sobretudo sob seu lado negativo. São apontadas constantemente, por exemplo, o freqüente uso de drogas, a rebeldia e a negação dos mais diversos valores tradicionais, a tendência à “cultura do lixo”. Apesar de ser inquestionável a existência de um “espírito jovem” que independe da geração em questão, o comportamento dos jovens é, seguramente, conseqüência da sociedade em que vivem.
Dessa forma, a geração atual é produto do seu tempo, e é daí que surgem os evidentes aspectos negativos. Portanto, é inegável que grande parte dos jovens carrega na sua natureza básica os mais diversos valores distorcidos: violência, falta de respeito, rebeldia, entre dezenas de outros. Porém, é também inegável que a mídia e a própria sociedade atual têm um papel fundamental nesse tipo de formação.
Apesar de ser menos discutido, existe um forte lado positivo da juventude atual: ela é fruto da “era da informação”, e de um mundo extremamente modernizado. Nunca antes uma geração teve acesso tão rápido e eficiente à informação em geral, ou liberdade para discutir e questionar temas. Consequência disso é a maior produtividade do processo de educação e ensino, e maior interesse e consciência por parte dos jovens em relação ao mundo que os rodeia.
Submetida simultaneamente a influências tão contrastantes, a juventude assume um comportamento heterogêneo, mas é comum à maioria a contestação e o inconformismo. O acesso ao conhecimento traz consigo o desejo de mudanças sociais. Claro exemplo disso no contexto brasileiro é a luta pelo “impeachment” de Collor, à qual os jovens uniram-se e deram força.
Como análise final, a geração jovem do fim do século passa por rápidas e constantes transformações, paralelamente a um mundo com o qual acontece o mesmo. É seguro afirmar que, apesar dos fatores desfavoráveis, vem ocorrendo um progresso na forma de agir e pensar da juventude. Faz-se necessário que haja mobilização da sociedade para que esse progresso tenha continuidade e seja aprimorado.

Tema 2: O acordo de unificação ortográfica


O custo supera o benefício

A idéia de uma ortografia igual para todos os (hoje oito) países lusófonos é sustentada por este argumento, apresentado pelo grande Antônio Houaiss (o pai brasileiro do "Acordo") no "Breve Histórico da Língua e da Ortografia Portuguesa": "A existência de duas grafias oficiais da língua acarreta problemas na redação de documentos em tratações internacionais e na publicação de obras de interesse público". Sim, isso é fato.
Um sueco que queira estudar português pode ficar em dúvida entre "adoptar" (Portugal) e "adotar" (Brasil), por exemplo. Nesse caso, o "Acordo" abrasileira a grafia, o que desagrada aos portugueses, habituados (há décadas) ao "p" e ao "c" "mudos" de diversas palavras.
E como faria o sueco se tivesse de optar entre "cômodo" (Brasil) ou "cómodo" (Portugal)? Jogaria uma moedinha para o alto, visto que, nesse e em muitos outros casos, o projeto de unificação não unifica...
Mas o "Acordo" não se limita a "uniformizar" a grafia: aproveita a ocasião para estabelecer outras alterações no sistema ortográfico. A mais marcante talvez seja a que dispõe sobre o emprego do hífen. O que hoje é muito ruim muda para... Para igual ou pior. A mudança nos diferenciais de tonicidade é outro ponto negativo. Na ânsia de eliminar acentos mais que inúteis, como o de "pêra" e "pólo", elimina-se também o de "pára" (verbo), mais que essencial.
Some-se a tudo isso o desconforto da inevitável convivência - por um longo período - com duas grafias (a "nova", que seria vista nos jornais e revistas, por exemplo, e a "velha", que estaria diante de nós nos livros, enciclopédias etc.) e se chega à conclusão de que o custo supera os benefícios. Quem viveu a reforma de 1971 sabe bem do que estou falando. É isso. (Pasquale Cipro Neto)

Fonte:

Redação: escrever é desvendar o mundo. Severino Antônio M. Barbosa.

REDAÇÕES NOTA 10 SOBRE O TEMA "TUDO É RELATIVO? A REALIDADE É UMA ILUSÃO?"

1.

A simbologia dos objetos

A questão da ilusão versus realidade é bastante debatida atualmente, mas é difícil chegar a um consenso a este respeito, pois cada um enxerga uma realidade, e dentro dessa realidade há diversas realidades.
No mundo há várias sociedades, e cada sociedade possui uma escala de valores, uma linguagem comum, incentiva certas associações, como a que o carro novo traz prestígio, e desincentiva outras. Através desta linguagem comum, os valores éticos, estéticos da sociedade fluem com maior facilidade e, assim, a sua ideologia propaga. Porém , a imposição destes padrões não consegue impedir a existência de um mundo subjetivo em cada indivíduo.
Cada indivíduo, por outro lado, vê a realidade de acordo com a sua vivência, sua formação, as quais geram um determinado ponto de vista sobre o mundo, sobre as pessoas e dão origem a uma linguagem interior. Dentro desta linguagem os objetos possuem uma simbologia, estão associados a uma lembrança e assumem valores conotativos: um brinco de argolas pode ser Maria, um cacho de uvas, uma cidade etc. O surrealismo é uma corrente artística que procura representar a simbologia inconsciente, assim como para Dali as mulheres são formigas, ele não pinta mulheres, e sim formigas, para Magritte, um cachimbo pode significar charme, ou detetive, ou velhice etc.
Porém, não podemos nos esquecer de que o principal objetivo de todas as formas de linguagem é a comunicação, é para nos comunicarmos que aprendemos o nome dos objetos. A realidade inventada pela sociedade deve ser preservada através do sentido denotativo das palavras, visando a um menor desentendimento entre as pessoas, já que o entendimento é uma utopia.


2.

Arte, uma realidade

A casinha era maior e menor. O Tejo é o mais belo rio e o Tejo não é o mais belo rio. O quadro retrata o cachimbo, e a inscrição afirma que não se trata de um cachimbo. A afirmação e a negação. Será tudo relativo? Será tudo uma ilusão?
A realidade tem sido objeto de investigação pelo homem através da ciência, da religião e das artes. Sua abordagem, portanto, difere nos métodos e nos fins a que se destina, podendo ser rigorosa, leviana, escamoteadora, científica e, por que não?,sonhadora.
Um dos aspectos, a meu ver, mais instigadores da questão da realidade é sua relação com a arte, com a ficção. Parafraseando Machado, voltemos ao quadro do pintor surrealista. Por que teria Magritte negado a existência do cachimbo diante da evidência do retrato? Talvez para nos fazer ver que não estamos diante de um cachimbo. Desta forma, ele nos remete à ideia da realidade e da “representação” que pode ser tão rica, tão repleta de dados, tanto objetivos quanto subjetivos que vai afinal nos trazer de volta à realidade. Como uma viagem, um mergulho, do qual voltamos mais plenos. A afirmação e a negação da beleza do Tejo são fundamentais para que percebamos o que sente Alberto Caeiro pela sua aldeia.
Através da arte, podemos perceber o quanto a realidade é repleta de nuances e detalhes, sendo a ilusão apenas um de seus aspectos. E a própria arte é apenas uma das muitas possibilidades de abordagem da realidade, mas, a meu ver, tão fundamental para o ser humano quanto a ciência. (Redação nota máxima)


3.

Sobre cachimbos e não-cachimbos

Cachimbo é um instrumento usado por fumantes, feito de madeira, oco e que tem a forma de uma longa haste terminando em chaminé. Temos uma sequência de sons e símbolos gráficos, para simbolizar tal objeto. Há quadros que o representam visualmente. Mas o que aconteceria , caso um cachimbo fosse parar num planeta habitado por seres que nem imaginam o que é fumar? O que seria tal objeto para eles? E se a vida humana desaparecesse: o que significaria, para um arqueólogo de Alfa Centauro, a sequência dos símbolos c-a-ch-i-m-b-o? E a sequência sonora correspondente, que houvesse sobrevivido em uma fita gravada?
Por mais paradoxal que possa parecer a afirmação, a relatividade é uma certeza absoluta. Um cachimbo é um cachimbo para quem sabe o que é um cachimbo. Para quem não sabe é apenas um pedaço de madeira oco, aberto a interpretações que pode servir para qualquer coisa e receber qualquer nome.
Mas seria válido, tomando como justificativa essa multiplicidade de interpretações, dizer que a realidade é uma ilusão? Não acho. O objeto “cachimbo” não deixa de ser real por não sabermos o que ele é ou por darmos a ele uma interpretação da realidade, apenas porque nossos conceitos são dúbios, equivale a dizer que a existência só é real quando legitimada por nosso conhecimento. Será que, quando morrermos, o mundo deixará de ser real?
Francamente, afirmar que tal coisa seria dar uma importância grande a um macaco sem pelos... (Redação nota máxima)


4.

O respeito à objetividade e à subjetividade dos fatos


Discussões sobre objetividade e subjetividade vêm ocorrendo há séculos, sendo que os defensores de ambos os lados procuram definir os limites entre o que é objetivo e o que é subjetivo. Muitos nomes importantes da ciência e da filosofia envolveram-se nestas discussões, sendo que vários caíram nos extremos opostos, ora afirmando que tudo é objetivo, podendo ser cientificamente comprovado, ora afirmando que não existe objetividade, tudo dependendo de quem analisa o fato.
Como em todas as questões, os extremistas se perdem em radicalismos, sendo, assim, difícil chegar a um consenso. É claro que há a realidade objetiva, cientificamente comprovável, mas também há os aspectos humanos envolvidos, já que são pessoas que estudam esta mesma realidade.
Isso fica claro nos textos de Machado de Assis e de Fernando Pessoa apresentados. Em ambos, os autores percebem a existência de uma realidade objetiva inegável e, a ela, acrescentam uma outra, a subjetiva, que depende do indivíduo e só existe a partir dele.
Já René Magritte, em seu quadro, corrobora esta opinião, demonstrando que há certas características dos objetos que podem ser captadas por nós, mas que sua essência não. Por mais perfeita que sua pintura do cachimbo possa parecer, ela nunca será igual a ele, pois ela não passa de uma imagem.
Enfim, o objetivo e o subjetivo existem, mas é importante que, na aceitação de um, não esteja incluída a negação do outro, pois eles coexistem na essência das coisas. (Redação nota máxima)

quinta-feira, 22 de março de 2012

TEMA PARA PRÓXIMA AULA (28 E 29 DE MARÇO)

TEMA: INTERNET - LIBERDADE DE EXPRESSÃO AMEAÇADA?


TEXTOS DE APOIO

18/01/2012 09h46 - Atualizado em 23/01/2012 10h17

1. Entenda o Sopa e o Pipa, projetos de lei que motivam protestos de sites
Propostas aprovadas por estúdios são repudiadas por empresas de internet.
Elas ainda tramitam no Congresso americano.


Do G1, em São Paulo

Dois projetos de lei, o Stop Online Piracy Act (pare com a pirataria on-line, em tradução livre), conhecido como Sopa, e "Protect IP Act" (ato para proteção da propriedade intelectual), chamado de Pipa, que estão no Congresso dos Estados Unidos, provocaram manifestações ou interrupções de serviços de sites importantes como Google, Wikipedia e Craigslist, de classificados, nesta quarta-feira (18).
Ambos os projetos de lei visam combater a pirataria na internet. O Congresso norte-americano anunciou o adiamento da votação do projeto do Pipa e deixou "em espera" o Sopa, segundo comunicados divulgados nesta sexta-feira (20).
No Sopa, a proposta é ter penas de até 5 anos de prisão para os condenados por compartilhar conteúdo pirata por 10 ou mais vezes ao longo de 6 meses. Os sites como Google e Facebook, por exemplo, também poderiam ser punidos pela acusação de "permitir ou facilitar" a pirataria. A pena seria o encerramento dos serviços e banimento de provedores de internet, sistemas de pagamento e anunciantes em nível internacional.
Pela lei, qualquer site pode ser fechado apenas por ter conexão com outro site suspeito de pirataria a pedido do governo dos EUA ou dos geradores de conteúdo. Ferramentas de busca como o Google, por exemplo, teriam que remover dos resultados das pesquisas endereços que compartilhem conteúdo pirata, correndo o risco de punição.

Quem é a favor
As propostas têm apoio de emissoras de TV, gravadoras de músicas, estúdios de cinema e editoras de livros, que se sentem lesadas com a livre distribuição de filmes e músicas na web, principalmente em servidores internacionais. Disney, Universal, Paramount, Sonyx e Warner Bros. apoiam esses projetos.

Quem é contra
Já empresas de tecnologia como Google, Facebook, Wikipedia, Craigslist, WordPress, entre outros, são contra os projetos de lei, alegando que, caso aprovados, eles teriam menos liberdade da internet e dão poderes em excesso para quem quiser tirar os endereços do ar, prejudicando o funcionamento da web em todo o mundo.
A Casa Branca também se manifestou contra os projetos, afirmando que eles podem atentar contra a liberdade de expressão na internet. Sem o apoio, eles podem sofrer modificações ou até serem diluídos no Congresso e no Senado americanos.
Em mensagem publicada em seu blog no último fim de semana, a Casa Branca afirmou que não pode apoiar "um projeto de lei que reduz a liberdade de expressão, amplia os riscos de segurança na computação ou solapa o dinamismo e inovação da internet global".

Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/01/entenda-o-projeto-de-lei-dos-eua-que-motiva-protestos-de-sites.html


2. Entenda o que são os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA

Os projetos de lei conhecidos como SOPA e PIPA - siglas de “Stop Online Piracy Act” e “Protect Intellectual Property Act” - surgiram de um esforço das indústrias fonográfica e de cinema americanas para retomar as vendas que perdem com o compartilhamento gratuito de seus produtos na internet. Bloqueando e punindo os piratas, as companhias imaginam poder ressurgir das cinzas com a venda de conteúdo on-line.
O primeiro projeto de lei, que tramita na Câmara dos EUA, tem como líder Lamar Smith, republicano do Texas, além de um grupo bipartidário de doze autoridades. O segundo, tramita no Senado americano, e foi proposto pelo senador democrata Patrick Leahy e um grupo de 11 integrantes também bipartidário.
A lei conhecida como PIPA será votada pelo Senado dos EUA no dia 24 de janeiro e, para pressionar as autoridades, sites americanos fizeram um blecaute cordenado na quarta-feira (18). A ação tem como objetivo encorajar os internautas a procurar um membro do congresso do local onde reside, para pedir que ele vote contra as propostas de lei.
As leis de combate à pirataria pretendem bloquear o acesso a sites que comercializam conteúdo pirata como música, filmes e livros além de impedir empresas de pagamento de transferir dinheiro para seus donos além de suspender imediatamente publicidade relacionadas a eles. Motores de busca seriam solicitados a apagar links para tais sites dos resultados e provedores seriam obrigados e interromper o acesso - especialmente os estrangeiros.
Twitter e Facebook, por exemplo, poderiam ser punidos por permitir que usários publiquem conteúdo "proibido" nas redes sociais. Google poderia ser acusada de manter anúncios publicitários e links para sites piratas nos seus serviços de internet.
Para proteger a propriedade intelectual na web, a nova legislação pretende dar ao governo dos EUA maiores de poderes para punir donos de "sites dedicados à pirataria ou produtos falsificados".
Se aprovada da forma como foram redigidas, as normas irão obrigar os sites a acharem um meio técnico de impedir a distribuição do conteúdo sob pena de fechamento ou até cinco anos de prisão para os organizadores do portal ou rede social.
Sem fazer distinção, qualquer site conectado via hiperlink com outro site apontado como pirata pode, a pedido do governo ou de empresas donas do conteúdo como gravadoras, editoras e estúdios de filmes ser banido da internet.
Produtores de conteúdo e estúdios de cinemas como Disney, Universal, Paramount e Warner Bros. e outros gigantes apoiam a iniciativa. Google, Amazon, Facebook, eBay, Twitter, PayPal, Zynga, Mozilla, entre outras gigante de internet, escreveram cartas ao Congresso e fizeram manifestações on-line.
Recentemente, a Casa Branca teria pedido revisão dos projetos e alteração de algumas normas propostas pelos autores. Em mensagem publicada em seu blog no final de semana, o governo de Obama disse que não podia apoiar "um projeto de lei que reduz a liberdade de expressão, amplia os riscos de segurança na computação ou prejudica o dinamismo e a inovação da internet global".

FONTE:http://oglobo.globo.com/tecnologia/entenda-que-sao-os-projetos-de-lei-antipirataria-sopa-pipa-3701327


3. A quem pertence a internet?

Pressão da sociedade e falta de apoio no Congresso estadunidense causaram o adiamento da votação do Sopa (Stop On-line Piracy Act – Pare com a pirataria on-line, em tradução livre) e do Pipa (Protect IP Act – Ato pela proteção da Propriedade Intelectual) em prazo indefinido. As duas propostas visam bloquear o acesso a sites e aplicações na internet que sejam consideradas violadoras da propriedade intelectual estadunidense. Em outros termos, poderão influir no próprio caráter de compartilhamento livre de informação.
“A sociedade estadunidense está insatisfeita com o Congresso e a percepção é que congressistas só ouvem o lobby [da indústria do copyright] e não o interesse público. Hoje apenas 9% dos americanos aprovam o trabalho do Congresso, e uma baixa histórica. O Sopa e o Pipa, são exemplos de medidas que justificam essa desaprovação”, afirma Ronaldo Lemos, da Universidade de Princeton e apresentador do Mod MTV.
No inicio de janeiro, em uma entrevista à TV pública espanh9la, o sociólogo Manuel Castells salientava que “conservar o poder requer manter o Maximo controle possível sobre a informação, e assegurar, sobretudo, que os canais de comunicação sejam verticais”.
A “indústria dos copyright (dos direitos autorais referentes a filmes, musicas e livros)”, percebeu que não adiantava dizer que é crime compartilhar informações para manter seu poder, como lembrou Castells. “Se eles não conseguem intimidar o cidadão, querem criar um tipo de um bloqueio a Cuba no ciberespaço. Eles perceberam que tem que agir nos provedores da rede, nos provedores de conexão”, afirma o sociólogo e consultor em comunicação e tecnologia, Sérgio Amadeu da Silveira.
Apesar do adiamento da votação desses projetos de lei figurar como uma vitória parcial da sociedade civil, o governo de Barack Obama sinalizou que está à disposição do lobby da “indústria do copyright” ao fechar o site Megaupload. Kim Shmitz, o fundador da empresa, mais três executivos foram presos preventivamente no dia 20 janeiro na capital da Nova Zelândia, Auckland, onde vivem, e aguardam a tramitação de seus processos de extradição nos Estados Unidos. São acusados de praticar pirataria.

Fonte: Jornal Brasil de Fato, Eduardo Sales de Lima. de 26 de janeiro a 1 de fevereiro de 2012. p.14


4. Legislação ACTA ameaça liberdade na internet

A criação e aprovação de projectos como a SOPA ou PIPA em outros países desenvolvidos tem crescido exponencialmente à medida que os Estados Unidos e a União Européia expressaram seu apoio à censura na internet. Não apenas outros países têm apresentado e aprovado legislação semelhante, mas muitos países do primeiro mundo assinaram um acordo global para render a soberania da Internet para empresas multinacionais e fornecedores de serviços de Internet que terão o poder de realizar espionagem nos usuários, a fim de censurar qualquer coisa considerada como uma transferência ilegal de informações.
Isto é ACTA, o Acordo de Comércio Anti-Falsificação. Este acordo global é o equivalente de NAFTA e CAFTA no sentido de que irá lidar com a transferência de produtos, neste caso, não serão bananas, abacaxis ou carne, mas toda a informação que é publicada e pesquisada na Internet. ACTA tem sido conhecida publicamente desde 2008, mas começou a ser criada -em privado- muito tempo atrás. Em apenas três anos, países como os EUA, Austrália, Canadá, Japão, Marrocos, Nova Zelândia, Cingapura e Coréia do Sul já concordaram em seguir as regras nele contidas.
Em certo sentido, ACTA é uma ameaça dos globalistas sobre o direito fundamental das pessoas de acesso à informação e ao conhecimento. O principal problema com ACTA é que, como em muitos outros casos, somente poucas pessoas sabem exatamente o alcance da acordo. Este primeiro projeto global destinado a censurar a Internet, foi criado em segredo. Este segredo levou pessoas e organizações que apoiam a defesa da propriedade intelectual e direitos autorais a dizer que ACTA é uma ferramenta perigosa. A razão deste comentário é que ACTA não foi devidamente revista pelos legisladores dos países, quem somente leram um resumo executivo mencionando apenas o âmbito relacionado à proteção de direitos autorais, mas que deixa de fora as outras partes .

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/jose-carlos-lima/legislacao-acta-ameaca-liberdade-na-internet


5. O AI-5 digital

Em junho deste ano, uma onda de ataques a sites oficiais do governo e estatais ressuscitou nos corredores do Congresso a polêmica “Lei Azeredo”. A proposta, que prevê a punição para crimes digitais, causa arrepio em muitos militantes das redes sociais, que já estão chamando a proposta de “AI-5 Digital”.
O projeto voltou à discussão pelas mãos do agora deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que dá nome à proposta, após passar 11 anos adormecida na Câmara; desta vez, o parlamentar tucano pede pressa para a aprovação, já que, segundo ele, os crimes na internet, como fraudes bancárias, seguem sem punição no País. Em uma última audiência sobre o tema, no último dia 13, em Brasília, ele afirmou que não era possível “adiar eternamente as discussões”. “Precisamos ter uma definição”, defendeu.
Entre outros pontos, o projeto de lei prevê a punição (que pode chegar a seis anos, mais multa) para crimes como: acesso não autorizado a sistema informatizado protegido por restrição de acesso; inserção ou difusão de código malicioso ou vírus em sistema informatizado; estelionato eletrônico; falsificação de dados eletrônicos ou documento público ou particular, entre outros.
Para o sociólogo e professor Sergio Amadeu, a proposta de Azeredo, na verdade, é a de implantar “vigilantismo” na rede. Ele evoca Thomas Hobbes (1588 – 1679) para dizer que a lógica da proposta é espalhar o medo para aprovar medidas extremas que destroem direitos, em razão de uma “falsa segurança”. O professor acredita que, com a aprovação do projeto, apenas entidades como a Febraban (a federação nacional dos bancos) sairia ganhando, pois ela responsabilizaria os provedores pelos ataques que venha a sofrer. Além disso, Amadeu afirma que atitudes do cotidiano, como baixar uma música ou copiar um CD, seriam passíveis de criminalização.
Inicialmente proposto em 1999, pelo então deputado Luiz Piauhylino, o projeto foi aprovado pela Câmara quatro anos depois, mas foi alterado por Azeredo quando ele era senador. Nesse tempo, em meados de 2001, a Convenção de Budapeste, a lei mundial sobre crimes na web, era assinada por outros 50 países. O Brasil não assinou o documento.
Em 2008, a proposta, com o novo texto da lei de crimes na internet, voltou para a Câmara, onde se “reencontrou” com Azeredo, que se elegeu deputado em 2010 e virou o maior patrocinador das mudanças na Casa. Na última versão do texto, elaborada pelo então senador Azeredo, alguns pontos polêmicos já haviam sido retirados, entre os quais a previsão de que o provedor de acesso à internet informe à autoridade competente, de maneira sigilosa, denúncia que tenha recebido e que contenha indícios da prática de crimes em sua rede de computadores. O tucano não alterou, no entanto, a obrigação de os provedores manterem em ambiente controlado e de segurança, por três anos, os dados de conexão dos usuários.
Em seu parecer, o deputado também propôs a supressão dos termos “dispositivos de comunicação” e “redes de computadores” de diversos artigos. O objetivo era que os crimes tipificados pela proposta valessem apenas para “sistemas informatizados” (ou seja: qualquer sistema capaz de processar, capturar, armazenar ou transmitir dados eletrônica ou digitalmente).
O relator também sugeriu a eliminação dos dispositivos relativos à pedofilia presentes no substitutivo, em virtude da aprovação, pelo Congresso, da Lei 11.829/08, que já criminalizava a aquisição e a posse de material de pornografia infantil e outras condutas relacionadas à pedofilia na internet.
Uma saída para as controvérsias
O grupo de deputados também contrários ao projeto, juntamente com os ativistas da internet livre, defendem, antes de qualquer lei que venha a ser aprovada sobre internet, que seja rediscutida uma norma mais abrangente que regulamente o uso da internet no País. Segundo eles, essa proposta já existe. Trata-se do Marco Civil Regulatório da Internet, que define os direitos e deveres dos internautas e provedores. No entanto, o projeto, elaborado pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministérios da Justiça em parceria com a Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas, ainda não foi encaminhado ao Congresso.
A deputada Manuela D'ávila (PCdoB-RS): “Como podemos debater uma lei com 11 anos de idade para um meio tecnológico que muda rapidamente?” Foto: Leonardo Prado/Ag. Senado
“É impossível pensar em punição sem pensar antes em direitos”, disse a deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS), uma das principais opositoras da “Lei Azeredo”, em entrevista à Agência Câmara.
Construído de forma colaborativa em uma plataforma aberta na rede, o anteprojeto do marco civil, que estabelece direitos e responsabilidades dos usuários e provedores, entretanto, ainda não foi enviado pelo governo ao Congresso.
Na tentativa de frear a aprovação do AI-5 digital, uma mobilização da sociedade civil conseguiu reunir mais de 160 mil assinaturas numa petição online chamada “Pelo veto ao projeto de cibercrimes – Em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento da internet brasileira”. Parado desde o início do novo governo, o projeto do Marco Civil Regulatório da Internet pode voltar aos debates como forma de antecipação de uma eventual aprovação da Lei Azeredo, na volta do recesso parlamentar em agosto.
Azeredo, como é de se imaginar, se opõe à ideia de que seja necessário primeiramente estabelecer os direitos dos internautas para depois tipificar os crimes. “Na área ambiental, por exemplo, foram estabelecidos os crimes sem ter sido aprovada legislação sobre os direitos ambientais”, afirmou à Agência Câmara.
O sociólogo Amadeu, por sua vez, defende a aprovação do marco civil da internet antes de uma lei que trate dos crimes digitais. “Antes de criminalizar precisamos decidir quais os nossos direitos na rede. Deve ser considerado crime a violação de alguns desses direitos”, destaca.
Na última audiência da Câmara sobre o caso, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou que solicitará, na primeira reunião da comissão após o recesso, o adiamento da votação e a realização de um seminário sobre o assunto. O deputado Sandro Alex (PPS-PR) se propôs a assinar conjuntamente o requerimento. Assim como os deputados Emiliano José (PT-BA) e Manuela d’Ávila. Manuela disse que os mais de 11 anos de tramitação da “Lei Azeredo” o tornam obsoleto e superado. “Como podemos debater uma lei com 11 anos de idade para um meio tecnológico que muda rapidamente?”, questionou.

FONTE: http://www.cartacapital.com.br/politica/o-ai-5-digital/


6. Governo apresenta proposta do Marco Civil da Internet ao Congresso Nacional

Por: Daniella Jinkings
Publicado em 25/08/2011, 09:39
Última atualização às 09:39

Brasília - O projeto de lei para definir regras claras sobre o uso da internet no Brasil, conhecido como Marco Civil da Internet, propõe que os provedores de acesso guardem os registros de conexão sob sigilo por um ano. Essas informações só poderão ser fornecidas aos usuários mediante ordem judicial.
A proposta, apresentada nesta quarta-feira (24) ao Congresso Nacional pela presidenta Dilma Rousseff, define regras para garantir os direitos dos usuários, as responsabilidades dos provedores de serviços e a atuação do Estado no desenvolvimento e uso da rede. O objetivo, segundo o Ministério da Justiça, é oferecer segurança jurídica para as relações na internet.
Atualmente, não há nenhuma regra que defina como os sites e provedores de acesso à internet devem armazenar os dados e registros de conexão. De acordo com o Ministério da Justiça, as regras propostas no Marco Civil da Internet vão permitir o uso dessas informações em investigações sem estabelecer requisitos exagerados para o funcionamento de blogs e sites pequenos que não tiverem condições de armazenar dados pelo período estabelecido.
A proposta prevê ainda que a autoridade policial ou administrativa possa aumentar o período de armazenamento dos dados caso julgue necessário. Nesses casos, o Poder Judiciário deverá ser acionado em até 60 dias, para confirmar o pedido de guarda e permitir o acesso aos registros.
O texto normativo propõe dez diretrizes para a governança e uso da internet no país. O Marco Civil estabelece que sejam respeitados princípios como a liberdade de expressão, pluralidade, diversidade, abertura, colaboração, exercício da cidadania, proteção à privacidade e dados pessoais, livre iniciativa, livre concorrência e defesa do consumidor.
Um ponto que tem provocado polêmica é a responsabilização de sites, blogs ou portais quanto aos conteúdos postados por terceiros. O Marco Civil da Internet propõe que o intermediário que viabilizou a postagem do material não seja responsabilizado, a não ser que descumpra decisão judicial que determine a remoção do conteúdo.
A proposta começou a ser discutida em 2009 e foi elaborada pelo Ministério da Justiça com o apoio da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas. O texto do projeto busca estabelecer uma regulamentação geral sobre o uso da internet. De acordo com o Ministério da Justiça, o Marco Civil não trata diretamente de temas como cibercrimes, comércio eletrônico, direito autoral, expansão da banda larga e regulação setorial das telecomunicações, os quais são objetos de outras normas específicas.


FONTE: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/tecnologia/2011/08/governo-apresenta-proposta-do-marco-civil-da-internet-ao-congresso-nacional



7. SOPA e PIPA: O Império Contra-ataca


Diretor do Creative Commons no Brasil e professor da FGV fala sobre os projetos estadunidenses.

Alexandre Bazzam

Caros Amigos

Na quarta-feira (18), algumas das maiores páginas da internet como Wikipedia, Google, Mozilla e Wordpress, fizeram greve para protestar contra o SOPA (Stop Online Piracy Act) e o PIPA (Protect IP Act) que são dois projetos de lei que estão em discussão no congresso estadunidense. Se aprovadas, essas leis criarão um controle sobre a internet, afetando desde negócios online até o livre compartilhamento de cultura.
A Caros Amigos conversou por e-mail com Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV no Rio de Janeiro, e diretor do Creative Commons no Brasil. Na entrevista ele falou sobre os possíveis efeitos da aprovação do SOPA e os rumos da Lei de Direitos Autorais brasileira.

Caros Amigos - Tem se falado muito sobre censura, cerceamento da liberdade de expressão e controle da internet. O SOPA foi criado realmente para evitar pirataria, ou existe um viés de controle por trás dele?

Ronaldo Lemos - O SOPA muda a estrutura da Internet. Ele dá às gravadoras e a Hollywood o poder de derrubar qualquer site que não seja americano do ar, por mera suspeita de violação à "propriedade intelectual americana". Além disso, permite sufocar financeiramente esses sites, proibindo empresas de cartão de crédito e bancos de repassarem recursos a eles. Tudo isso sem a apreciação prévia do poder judiciário. Trata-se de uma grande forma de discriminação contra a internet no mundo todo, com exceção dos EUA onde a lei não se aplica. Na minha visão, é uma lei que não traz nenhum ponto positivo, ao contrário, aponta para um caminho equivocado para tratar da questão da pirataria. O SOPA é uma afirmação do poder geopolítico dos EUA sobre a Internet.
Caros Amigos - 
Apesar de grandes indústrias apoiarem o protesto, existe uma forte mobilização e interesses de empresas online para que a nova lei não seja aprovada. Já estão falando até sobre uma mudança no texto para que ele seja aprovado. A Casa Branca também sinalizou com um possível veto caso entenda que exista um cerceamento da liberdade na internet. O que realmente está em jogo e quais são os poderes e interesses por trás dessa queda de braço?


Ronaldo Lemos - O SOPA só existe porque o lobby no Congresso americano de Hollywood é muito poderoso. Não é coincidência que a avaliação do congresso americano atingiu uma baixa histórica: só 9% dos americanos acham que o Congresso faz um bom trabalho. Leis como o SOPA, que são contrárias ao interesse público, só reforçam isso. A sociedade americana está insatisfeita com o Congresso e a percepção é que congressistas só ouvem o lobby e não o interesse público. Hoje apenas 9% dos americanos aprovam o trabalho do Congresso, uma baixa histórica. O SOPA (e o PIPA, outra lei em discussão no Senado dos EUA) são exemplos de medidas que justificam essa desaprovação.

Caros Amigos - Caso o SOPA venha a ser aprovado, qual será seu impacto no livre compartilhamento e na difusão de cultura digital? O creative commons pode ser afetado com o ato?

Ronaldo Lemos - O SOPA altera por completo a relação da internet com a lei. Nos últimos 15 anos houve uma explosão de inovação e novos serviços, do Youtube ao Facebook. Isso foi possível porque a lei dos EUA dava a segurança e proteção necessária ao empreendedor. Se o SOPA for aprovado, a inovação sai penalizada: qualquer nova iniciativa na rede vai precisar da autorização permanente da indústria pré-internet, especialmente de Hollywood e das gravadoras, hoje os maiores defensores do SOPA. E nesse sentido, o SOPA não traz nenhum benefício ao usuário, apenas à indústria. Ao contrário, ele reduz a competição na internet e vai reduzir a oferta de novos serviços. Ele também é prejudicial para países como o Brasil, que são justamente o alvo do projeto: empreendedores brasileiros que criarem um novo site voltado para o mercado global podem ser penalizados pelos EUA e terem seu site removido do ar sem aviso prévio. O SOPA cria um novo tipo de barreira comercial, voltada para a internet, discriminando sites localizados fora dos EUA. O CC não é afetado diretamente, mas muitos projetos que não usam o CC podem sofrer sanções.
Caros Amigos - Considerando que órgãos internacionais como a RIAA (Recording Industry Association of America, a associação das gravadoras nos Estados Unidos) e MPAA (Motion Picture Association of America, a associação dos estúdios de cinema) já pressionaram o governo brasileiro para que a reforma da LDA não fosse levada adiante, uma possível aprovação do SOPA pode fazer com que lobistas estadunidenses se voltem para o mercado brasileiro?
Ronaldo Lemos - Uma parte pouco discutida do SOPA é que ele institucionaliza o lobby internacional. Um dos seus artigos obriga o governo americano a criar um "embaixador permanente da propriedade intelectual" em todos os países. Em outras palavras, cria um lobista oficial do governo, alocado em cada um dos países para fazer com que a legislação local seja modificada para atender ao interesse comercial dos EUA. O SOPA é muito mais uma legislação anticoncorrencial: ele cria barreiras de acesso ao mercado norte-americano com relação a novos sites que trabalhem com conteúdo, ao mesmo tempo em que cria um adido comercial para reforçar a predominância dos EUA em termos de propriedade intelectual em cada país.
Caros Amigos - A nova LDA está em revisão desde que Ana de Holanda assumiu o Minc, em que pé está essa revisão? Que direcionamentos podemos esperar? A internet e o compartilhamento online são os únicos pontos nebulosos da atual LDA ou é preciso uma reforma completa? Considerando que existem outros interesses por aqui, como o Ecad, além das indústrias do entretenimento, quais as chances de alguma mudança a curto prazo?
Ronaldo Lemos - 
A versão da LDA que foi encaminhada pela Ministra Ana de Hollanda para a Casa Civil recentemente traz um dispositivo que aponta na direção do SOPA. É um artigo que prevê a remoção automática de conteúdos da internet, sem a apreciação prévia do poder judiciário, mediante notificação da indústria cultural. Esse artigo, da forma como está formulado, em vez de melhorar, piora nossa lei de direitos autorais e estabelece a possibilidade de abusos. Nossa lei tem diversos problemas, alguns deles solucionados pela proposta de reforma e outros agravados por ela.

FONTE: http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/noticias/2426-sopa-e-pipa-o-imperio-contra-ataca

TEXTO INSTRUCIONAL - BOLO DA MÁRCIA

BOLO DA MÁRCIA


INGREDIENTES

3 OVOS
1 LATA DE CREME DE LEITE
1/2 XÍCARA DE ÓLEO
2 COPOS DE AÇÚCAR

BATA TODOS ESSES INGREDIENTES NO LIQUIDIFICADOR. EM UMA TIGELA, COLOQUE DOIS COPOS E MEIO DE FARINHA DE TRIGO. ADICIONE O CONTEÚDO DO LIQUIDIFICADOR À FARINHA DE TRIGO E MEXA BEM. A SEGUIR, DISSOLVA UMA COLHER DE PÓ ROYAL EM UM POQUINHO DE ÁGUA E ACRESCENTE-O À MASSA DA TIGELA. DESPEJE A MASSA EM UMA ASSADEIRA UNTADA COM ÓLEO E FARINHA DE TRIGO E LEVE-A AO FORNO PARA ASSAR.

COBERTURA (OPCIONAL)

LEVE AO FOGO ATÉ FERVER: 4 COLHERES DE NESCAU, 2 COLHERES DE ÁGUA E 1 COLHER DE MANTEIGA. ESPALHE ESSA COBERTURA SOBRE O BOLO ASSIM QUE O RETIRAR DO FORNO.

RESPOSTAS - TAREFA 04/2012

Respostas possíveis:


1. COESÃO TEXTUAL

1a) O Brasil vive uma guerra civil diária e sem trégua. No país, que se orgulha da índole pacífica e hospitaleira de seu povo, a sociedade organizada ou não para esse fim promove a matança impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo menos sete milhões de menores, segundo estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vivem nas ruas das cidades brasileiras.(Texto modificado de Istoé Senhor, 28 ago. 1991.)
1b) A poesia às vezes se impõe por sua própria força. Mesmo quem nunca leu Carlos Drummond de Andrade sabe que ele é um grande poeta. Drummond marcou não só a literatura brasileira, mas também a vida cotidiana de muitas pessoas com suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil. Sua poesia também se preocupou com a nossa vida diária. Nesses momentos a poesia de Drummond nos faz refletir sobre sentimentos advindos de certos fatos que, ditos de outra forma, não nos teriam tocado tanto.
(Fonte: Roteiro de argumentação – lendo e argumentando)


2. ESTRUTURANDO O PARÁGRAFO

2a) (1) Homens e mulheres ficaram extremamente exigentes uns com os outros. (2) Querem dos companheiros novos papéis e novos modos de ser, aos quais ainda não estão adaptados culturalmente. (3) Por exemplo: a mulher espera que o homem seja ao mesmo tempo provedor, amigo, amante; que seja sensível, terno com ela e com os filhos, bem-sucedido e agressivo na luta pela vida; o homem, por sua vez, espera que a mulher divida com ele as responsabilidades econômicas da família, ao mesmo tempo que sonha com uma parceira disponível, submissa, amante fogosa e esposa recatada. (LAPORTE, Ana Maria & VOLPE, Neusa Vendramin. In: CORDI, Cassiano et alii.Para filosofar. São Paulo, Scipione, 1995. p. 76.) Frase 2 em relação à frase 1... // Frase 3 em relação à frase 2...


Frase 2 em relação a 1: eles, sujeito oculto de querem, retoma homens e mulheres.
Frase 3 em relação a 2: a mulher, sujeito de espera, retoma homens e mulheres.

2b) (1) Mesmo sem encontrar a solução para o problema do lixo atômico, pressionados pela opinião pública, os governos dos grandes países ocidentais são obrigados a dar alguns passos que sequer foram discutidos no Brasil. (2) Um deles é a criação de um organismo especial para tratar da questão do lixo atômico, incluindo nesta estrutura a maneira de financiar os trabalhos. (3) De um modo geral, cobra-se uma taxa sobre a energia elétrica produzida, e com esses recursos monta-se o projeto. (4) Vários elementos são levados em conta e um dos mais importantes é a questão do transporte seguro dos rejeitos. (5) Foram experimentados novos tipos de "containers" e existe uma disposição de não passar muito perto dos grandes centros urbanos. (GABEIRA, Fernando. Goiânia, rua 57. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987. p. 48.)

Frase 2 em relação à frase 1: um deles retoma um dos passos
Frase 3 em relação à frase 2: o modo de financiar liga-se a cobrar taxas, por associação
Frase 4 em relação à frase 3: vários elementos associa-se a montagem do projeto
Frase 5 em relação à frase 4: containers associa-se a transporte

2c) “Fica evidente que o homem, de modo geral, não tem mais uma preocupação de desfrutar das coisas simples da vida, como a proposta de Burle Marx ao plantar palmeiras para que as futuras gerações possam presenciar este espetáculo da natureza. Isto ocorre devido à predominância de uma cultura de massa alienadora, preocupada em ditar parâmetros e um ritmo eloquente de consumo em detrimento de uma instabilidade coletiva de bem-estar, que tenha por objetivo amenizar os hodiernos flagelos que ocorrem em todo o mundo,como por exemplo as guerras civis e a fome que ocorrem em solo africano."
2d) “No mito grego, Narciso amava-se incondicionalmente. Apreciava sua voz, seu corpo e sua feição. Certo dia, Narciso apaixonou-se por uma voz, a da bela ninfa Eco. Palatáveis aos ouvidos de Narciso, entretanto, não eram as palavras que Eco dizia; eram as palavras que ele mesmo proferia e Eco, amaldiçoada para isso, refletia. Por isso, quando a viu, Narciso a rejeitou friamente, e ela, amargurada, definhou. Analogamente, o mundo contemporâneo encontra-se pleno de narcisos, indivíduos egocêntricos e indiferentes aos outros. Para eles, a imagem própria e o enaltecer do "eu" são as prioridades. Assim, sentem-se no direito de ignorar e menosprezar o outro, agindo friamente com relação ao outro, ao coletivo, ao mundo."


3. ARGUMENTAÇÃO


3a) “A miséria que ataca grande parte da população brasileira não é gratuita. Tem origem na péssima distribuição de renda, no desemprego, nas injustiças sociais.” (Apostila Anglo) - ARGUMENTO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA

3b) “Bom seria se o tempo fosse menos rígido e as situações menos efêmeras. Tudo acontece de forma muito breve, confirmando a teoria do sociólogo Zygmunt Bauman, cujo cerne é a liquidez da vida e a fluidez dos momentos. Devido a essa brevidade, motivo de desespero para os seres humanos, as pessoas buscam, cada vez mais, criar imagens baseadas no “carpe diem”, afirmando haver meio de aproveitar as situações, mesmo que elas sejam fugazes.” - ARGUMENTO DE AUTORIDADE

3c) “Uma simples comparação entre dados do Ministério da Saúde revela o quão perverso foi esse período quando o assunto é segurança pública. Entre 1979 e 1994, o número de pessoas assassinadas no país, confrontado com a população, praticamente dobrou. Em 79, havia 1.169 homicídios para cada grupo de 100 mil pessoas, número que chegou a 2.104, em 94.” (“Crises e Violência”, editorial da Folha de S. Paulo) - ARGUMENTO DE PROVAS CONCRETAS

3d) “Octavio Paz, poeta e ensaísta mexicano, ao analisar o seu país, concluiu que "Quando uma sociedade se corrompe, a primeira coisa que gangrena é a linguagem". No Brasil, a gangrena linguística começa pela recusa a dar o verdadeiro nome às coisas, e continua com o desprezo pelas palavras, pela inversão do significado delas, pela apropriação indébita de vocábulos ricos em sua significação, pela corrupção ideológica com que se contaminam as palavras, pelo desrespeito total ao universo a que elas pertencem.” (Apostila Anglo)- ARGUMENTO DE ENUMERAÇÃO

3e) “Infelizmente, na sociedade atual, há formas de trabalho que são mais valorizadas que outras. Por exemplo, o trabalho de um advogado é mais conceituado que o de um carpinteiro, o que pode ser visto na forma da remuneração. Um advogado recebe muito mais, pelas mesmas horas trabalhadas, que um carpinteiro. Isso porque o pensamento contemporâneo e capitalista enxerga que o advogado agrega mais valor à cadeia produtiva e, portanto, gera mais renda que o carpinteiro.” (Redação nota dez) - ARGUMENTO DE ARGUMENTO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA

3f) “Cada sistema tem seus indicadores. A Inglaterra, os Estados Unidos, por exemplo, têm dinheiro sobrando e, claro, uma Bolsa de Valores respeitável. Mas, quando o assunto é futebol, o Brasil não perde para ninguém, ou melhor, iguala-se à Inglaterra: os brasileiros não sentem inveja da torcida inglesa e vice-versa.” - ARGUMENTO DE COMPARAÇÃO

3g) “Motoqueiro: Capacete é a sua segurança. Ponha isso na cabeça!” - ARGUMENTO DE COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA

3h) “No ritmo em que caminha a sociedade atual, as contradições são gritantes: a produção aumenta a olhos vistos, mais capital é acumulado ou reinvestido em nome de uma possível utilização posterior ou mero legado para as gerações futuras, enquanto, na mesma medida, o tempo de que se dispõe mostra-se cada vez mais escasso e passível apenas de ser aproveitado para maior produção e renda, e nunca para ócio, agora, não contraditoriamente, produtivo em si mesmo.” (Redação nota dez)- ARGUMENTO DE ENUMERAÇÃO

3i) “Desde os primórdios da civilização, o trabalho foi encarado de diversas formas. Como atividade sem valor social, exclusiva dos escravos na Antiguidade Clássica, permitiu o desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos, sobretudo no campo filosófico, o que lhes deu ferramentas ideológicas para manter seus escravos em sua situação, enquanto tais intelectuais, no ócio laborial completo, desfrutavam do trabalho alheio. Como atividade que "dignifica o homem, o trabalho tornou-se ainda mais explorador, principalmente a partir da Revolução Industrial, quando as ideologias da virtuosidade do labor foram impostas sutilmente pela burguesia à classe operária, fazendo esta sustentar aquela, com um respaldo socioideológico - ainda mais "elaborado" - mais alienador e sutil - que o da Antiguidade.” (Redação nota dez)- ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO

3j) “Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre os países.” (Técnicas básicas de redação. Branca Granatic)- ARGUMENTO DE RESSALVA

3k) “Nada pode ser realizado sem antes ter sido sonhado. Não é possível construir-se uma casa, sem antes sonhar com suas formas, seus jardins e suas cores. Não é possível viver em paz, sem antes desejá-la e, muito menos, querer um mundo melhor, sem antes tê-lo sonhado.” (Redação nota dez)- ARGUMENTO DE ENUMERAÇÃO

3l) “Sem contar, é claro, as consequências que essa mesma falta de compromisso gera sobre o número de acidentes e mortes nas rodovias. Pegar o carro para sair de férias com a família ou para realizar uma viagem a trabalho, em qualquer estado brasileiro, tornou-se um grande risco. É assustador o número de acidentes comprovadamente causados pela precariedade das estradas. Só no estado de São Paulo, onde a conservação das rodovias é considerada a melhor do país, houve 35.141 acidentes automobilísticos entre janeiro e junho de 2005. Sendo que esses mesmos acidentes provocaram 18.527 vítimas, das quais, 1.175 fatais. É intolerável que milhares de pessoas morram por ano devido à má conservação das estradas brasileiras, problema esse que poderia ser facilmente solucionado caso o governo investisse atenção e dinheiro nas rodovias. (Redação nota dez) - ARGUMENTO DE PROVAS CONCRETAS

3m) “Tomemos, como exemplo, o trabalho de um arquiteto. Ao projetar uma casa, ele está aplicando toda a bagagem técnica adquirida na faculdade. No entanto, uma pessoa que não seja formada em Arquitetura, mas, que tenha senso estético, pode muito bem ter opiniões coerentes e úteis a respeito do projeto.” (Redação nota dez)- ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO

4. ESTRATÉGIAS DISSERTATIVAS

4a) “O dinamismo da civilização humana na busca frenética do progresso produziu um mundo extremamente racional. Porém, o homem deve preocupar-se em adotar uma posição racional e lógica, permeada pela emoção e pelo sentimento. - RESSALVA

4b) Muito se tem cogitado sobre a legalização do aborto no Brasil. Há os que o defendem de forma racional por perceberem as várias implicações que ele tem numa sociedade tão subdesenvolvida e analisarem objetivamente os dados disponíveis pelas várias instituições que cuidam do assunto. Há os que o atacam de forma apaixonada, quase sempre levados por questões pessoais ou preconceitos religiosos, éticos ou morais. - BILATERALIDADE

4c) Se considerarmos que a pena de morte é uma violência, então a sociedade estará cometendo um crime para resolver tantos outros. O problema maior é que a sociedade assim o exige, iludida com a possibilidade de amedrontar os bandidos recentes ou futuros. Crê na sua felicidade à custa do sofrimento de outras pessoas, o que é um perigo. - POSIÇÃO DEFINIDA

4d) Na mitologia, os Deuses, utilizando-se de seus poderes, intimidavam os mortais para obterem deles a realização de seus desejos “carnais”. A mitologia se difunde pelo mundo e com ela se espalham ideias, como as de que o poder confere ao seu possuidor a plena satisfação de seus desejos. Em 2001, o Brasil aprova uma lei que tentará limitar certos desejos. No entanto, tal lei está longe de ser realidade brasileira e apresenta inconvenientes tantos para os assediados como para os supostos assediadores. - COMPARAÇÃO OU ANALOGIA

4e) Televisão, telefones celulares, computadores, internet. O século XX chega ao seu final marcado não só pela globalização e pelo desenvolvimento da tecnologia. Sua juventude também passou por transformações e adentrará os novos anos calcada em valores e concepções diferentes das de seus pais. - CRONOLOGIA

4f) A capacidade de estar à frente de seu tempo quase nunca confere ao seu possuidor alguma vantagem. A dureza das sociedade humanas em aceitar certas noções desmente, não raro, o ditado popular que diz que “em terra de cegos, quem tem um olho é rei.” - POSIÇÃO DEFINIDA

4g) É difícil caracterizar os jovens brasileiros do final do segundo milênio, porque sempre se corre o risco de produzir simples generalizações – o que relativiza o valor da caracterização. Pode-se ainda correr o risco de descrever características não representativas, particularizando o universal e também relativizando o resultado. Mas se de arriscar se trata, aqui vão algumas das feições da época pós-moderna e dos seus produtos: os jovens de hoje. - RESSALVA

4h) No imenso e colorido caldeirão global, a bruxa-malvada do preconceito despeja temperos fortes de neonazismo e xenofobia, agitando com maior intensidade, nas últimas décadas, a copa das nações em guerra, atentados armados e conflitos étnico-religiosos. Caem mais tijolinhos do ‘castelo encantado’ chamado capitalismo. - COMPARAÇÃO OU ANALOGIA

4i) O crescimento do neonazismo e do neofascismo está intimamente ligado à concentração de renda mundial, ao desemprego estrutural,ao processo de globalização e ao descaso governamental. - SÍNTESE DE IDEIAS OU DE ARGUMENTOS

4j) Uma estátua surrealista nos moldes de um corpo humano, a cabeça enorme, com grandes ouvidos e olhos arregalados. As mãos também se fazem grandes se comparadas ao resto do corpo. No peito, um buraco. Essa é a imagem que pode ser formada, no subconsciente, quando se pensa na jovem geração brasileira que chega, agora, ao vestibular. - COMPARAÇÃO OU ANALOGIA

4k) No livro “ O retrato de Dorian Gray”, o escritor Oscar Wilde narra a história de um homem tão belo que, obcecado pela própria imagem, consegue não permitir que ela se degrade ao fazer com que o retrato seu envelhecer em vez de seu rosto. O retrato, entretanto, definhou a tal ponto que Gray não pôde mais observá-lo sem se desesperar. Assim como o personagem de Wilde, as pessoas obcecadas por suas imagens, tanto no que se refere ao físico quanto no que tange às impressões sociais que causam. Esse cuidado extremo com a imagem, não obstante, faz definhar o espírito do indivíduo. - COMPARAÇÃO OU ANALOGIA

4l) Em uma famosa tela de Magritte observa-se um cachimbo desenhado, acompanhado da inscrição: “Isso não é um cachimbo”. De fato, não o é, mas apenas a sua representação. Somos nós que enxergamos a imagem e imediatamente a assimilamos ao objeto real, sem considerar que ambos não são iguais. Magritte sabia como o homem ignora a distinção entre a imagem e o real, e que essas imagens atribuem significados ao real. Instituições como o casamento, a Igreja e o Estado, por exemplo, dependem de seu simbolismo para perpetuarem-se. Porém, devemos saber distinguir entre o que são e o que representam. - RESSALVA

4m) Atualmente, mesmo dispondo dos mais avançados métodos de produção agrícola, a população humana ainda enfrenta problemas ao tratar da segurança alimentar. Num planeta em que convivem obesos e subnutridos, fica evidente a problemática ligada à alimentação, e tal realidade nos permite questionar: o que vem impedindo a satisfação das necessidades alimentares básicas de quase um bilhão de pessoas no mundo?” - QUESTIONAMENTO

terça-feira, 20 de março de 2012

GÊNERO TEXTUAL: RESUMO

RESUMO - "resumir é identificar as idéias centrais e secundárias de um texto; é apresentar uma síntese do texto que corresponde à compreensão do que foi lido."

(UFPR) Faça um resumo do texto abaixo, com 12 (doze) linhas, no máximo.


Definindo teoria


A palavra "teoria" vem aparecendo bastante na mídia, em parte devido ao debate entre criacionismo e ciência. Existem usos diferentes do termo, que acabam criando confusão. No seu uso popular, o termo descreve um corpo de idéias ainda incerto, baseado em especulações não demonstradas. Teoria, para muitos, significa um corpo de hipóteses esperando ainda por confirmação. Às vezes, o uso popular do termo distancia-se ainda mais do científico, significando idéias que são meio absurdas, fora da realidade: "Ah, esse cara sempre foi um inventor de teorias, não sabe do que está falando", ou "isso aí não passa de uma teoria, provavelmente é besteira".
Teoria em ciência significa algo completamente diferente. O termo mais apropriado para uma idéia de caráter especulativo é hipótese, e não teoria. Uma hipótese é justamente uma suposição ainda não provada, aceita provisoriamente como base para investigações futuras. Por exemplo, a panspermia é uma hipótese que sugere que a vida na Terra veio de outras partes do cosmo. Não sabemos se está certa ou errada, mas podemos tentar comprová-la ou refutá-la. Já uma teoria consiste na formulação de relações ou princípios descrevendo fenômenos observados que já foi verificada, ao menos em parte. Ou seja, uma teoria não é mais uma mera hipótese, tendo já passado por testes que confirmam suas premissas.
Quando cientistas falam de uma teoria, falam de um corpo de idéias aceitas pela comunidade científica como descrições
adequadas para fenômenos observados. A confirmação é por meio de observações e experimentos, o que cientistas chamam de método de validação empírica. Quanto mais sucesso tem uma teoria, maior o número de fenômenos que pode descrever. Quanto mais elegante, mais simples é.
Uma teoria de enorme sucesso em física é a teoria da gravitação universal de Newton. Ao propor que objetos com massa exercem uma força de atração mútua cuja intensidade cai com o inverso do quadrado da distância entre as massas, Newton e seus sucessores foram capazes de explicar as órbitas planetárias em torno do Sol, o fenômeno das marés, a forma oblata da Terra (achatada nos pólos), o movimento de projéteis na Terra e no espaço etc. Quando a Nasa lança um foguete da Terra ou o faz colidir com um cometa, a teoria usada no planejamento das missões é a de Newton. Testes em laboratórios e observações astronômicas mostram que a teoria funciona extremamente bem em distâncias que variam de décimos de milímetros até milhões de trilhões de quilômetros, a escala em que galáxias formam aglomerados atraídas por sua gravidade mútua.
Isso não significa que a teoria (ou qualquer outra) seja perfeita. Sabemos que ela deixa de ser válida quando objetos estão muito próximos de estrelas como o Sol. Correções são necessárias, no caso fornecidas pela teoria da relatividade geral de Einstein, que, em 1916, generalizou a teoria de Newton. O fato de teorias não serem perfeitas é fundamental para o progresso da ciência. Caso contrário, não nos restaria nada a fazer. E é justamente aqui o lugar da hipótese em ciência, tentando, através de idéias ainda não demonstradas, alavancar o conhecimento, desenvolver ainda mais nossas teorias. Para construir a teoria da relatividade, Einstein supôs que a velocidade da luz é sempre constante e que a matéria curva o espaço. Quando isso foi confirmado, a formulação ganhou o título de teoria. A pesquisa agora gira em torno dos limites dessa teoria e de como pode ser melhorada.
(GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, Mais!, 02 out. 2005.)

EXEMPLO DE RESUMO: A popularização da palavra teoria tem distorcido o seu significado. Popularmente, o termo implicaria em hipóteses não confirmadas, sendo basicamente idéias sem base sólida e distantes do real. Para a ciência, o termo adequado para uma idéia especulativa é hipótese. Uma hipótese é uma suposição que pode ser questionada representando uma base para estudos posteriores. Um exemplo de hipótese é a panspermia. Uma teoria apresenta princípios sobre fenômenos confirmados já observados por cientistas formando um conjunto de idéias aceitas cientificamente através do método de validação empírica, que as comprovam por meio de experimentos. Uma teoria de grande êxito é a teoria da gravitação universal de Newton, que através de testes e estudos astronômicos tem comprovado a sua utilidade. Embora tenha funcionado bem, isso não quer dizer que uma teoria não apresente falhas. Esse fato funciona como uma alavanca para o progresso científico. É exatamente aí que a hipótese entra em cena, aperfeiçoando as teorias através de novos questionamentos.

(UFPR) Faça um resumo do texto abaixo.

Criação ou descoberta?

Fala-se muito no grande abismo entre ciência e arte, a primeira lógica, objetiva, enquanto a segunda é intuitiva, subjetiva. O poeta inglês John Keats acusou seu conterrâneo Isaac Newton de ter "desfiado o arco-íris" com suas explicações físicas sobre a difração da luz. Ou seja, explicar racionalmente algo de belo que existe no mundo é insultar a sua existência, tirar a sua poesia.É o velho problema das "Duas Culturas", que o escritor e físico inglês C.P. Snow, em um pronunciamento de 1959, acusou de estar levando à desintegração sociocultural, à fossilização da criatividade moderna. Segundo ele, apenas a reintegração das duas culturas levará a humanidade a novas respostas para alguns de seus maiores desafios.Um leitor desta coluna me escreveu recentemente pedindo que eu esclarecesse a distinção entre descoberta e criação. Mais especificamente, a diferença entre as duas dentro da ciência.Nós criamos ou descobrimos a ciência? Será que as nossas teorias e os nossos teoremas estão codificados de algum modo na natureza e tudo o que faz um cientista é "des-cobri-los", levantar a coberta que os esconde, revelando seu significado? Ou será que os criamos, usando nossa intuição, observação e lógica?Complicada, essa pergunta. E profundamente ligada à questão das duas culturas. Se fosse prudente, parava por aqui, citando a minha sábia avó, que dizia que "criar é coisa de Deus, descobrir é coisa de gente". Mas por que não tentar inverter isso, fazer do homem criador e não só criatura? Afinal, descobrir é emocionante, mas bem mais passivo do que criar.Comecemos pelo "Aurélio". "Criar" significa dar existência a; dar origem a; formar; imaginar. "Descobrir" significa tirar cobertura que ocultava, deixando à vista; encontrar pela primeira vez; revelar etc. À primeira vista, a distinção entre as duas culturas está nessas definições.O artista é o criador, ele ou ela dá existência a algo que não existia, enquanto o cientista é o descobridor, aquele que revela o significado oculto das coisas, sem criá-las. Beethoven criou a sua Nona Sinfonia, certo? Ela não existia antes de ele existir. Já Newton descobriu as três leis do movimento --elas estavam lá, escondidas na natureza, esperando para serem reveladas pela mente certa.Muita gente pode se contentar com essa explicação e dar o caso por encerrado. Mas eu não. Para mim, a ciência é uma criação, tão criação quanto uma obra de arte. O fato de arte e ciência obedecerem a critérios de validade diferentes, de a ciência ter uma aceitação baseada no método científico, que provê meios para que teorias sejam testadas frente a observações, não muda a minha opinião. Ciência é criação do homem, fruto de nossos cérebros e de nosso modo de ver o mundo. Para entender isso, basta examinarmos um exemplo de sua história.Aristóteles dizia que a gravidade vinha da tendência dos corpos de voltarem ao seu lugar de origem: uma pedra caía no chão porque foi de lá que ela tinha vindo. Newton, no século 17, propôs que a gravidade era uma força entre quaisquer corpos materiais, com intensidade proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância. Einstein, em 1916, disse que a gravidade vem da curvatura do espaço em torno de um corpo maciço, reduzindo-a a um efeito geométrico.Todas essas teorias foram propostas para explicar os mesmos fenômenos. Imagino que Einstein não terá a última palavra: a gravidade será explicada de formas diferentes, na medida em que o conhecimento científico avançar. Junto com novas tecnologias e novos conceitos surgem novas representações do mundo natural. Pode-se descobrir um novo fenômeno, mas sua explicação é criada.Pensemos agora em uma outra história, a da representação gráfica da crucificação de Cristo. No século 13 era uma coisa, na Renascença, outra, no século 18, ainda outra, e no 21, outra completamente diferente. O evento é o mesmo, mas a sua representação gráfica muda, porque muda a perspectiva artística. É perfeitamente razoável para um artista recriar a crucificação como um amálgama do seu subjetivismo e dos valores culturais da época em que vive. A visão artística está sempre em transformação.A científica também está. Ciência é uma construção humana, criada para que possamos compreender o mundo em que vivemos. O que se descobre são novos modos de criar.Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu"

EXEMPLOS DE RESUMOS:


1. Em seu texto publicado na Folha de São Paulo, Marcelo Gleiser levanta a seguinte questão: Afinal a ciência é uma criação humana ou apenas uma descoberta?
Para muitos, cientista é aquele que revela o sentido oculto das coisas pré-existentes, enquanto que o artista cria o que não existia antes. No entanto Gleiser acredita que a ciência é uma criação do homem, assim como a arte o é, apesar de obedecerem a critérios diferentes. Como exemplo ele cita a gravidade, que ao longo da história foi explicada de maneiras distintas por Aristóteles, Newton e Einstein, mas que poderá encontrar novas possibilidades de explicação à medida em que o conhecimento científico avança. Portanto, finaliza Marcelo, a visão científica é uma construção humana em constante transformação, e o que se descobre são novos modos de criar.



2. Marcelo Gleiser, que aqui desenvolve uma dialética entre arte e ciência, rejeita a idéia de que esta, por seu caráter lógico e objetivo, não constitua fruto de criação, como a arte. Para o autor, a ciência pode ser essencialmente uma obra de arte. O próprio cérebro humano é capaz de conceber o pensamento artístico tanto quanto o científico. Para sustentar seu ponto de vista cita o fato de que cientistas diferentes em épocas diferentes explicam o mesmo fenômeno de modos diversos. A concepção de mundo evolui em função do tempo e do conhecimento, os quais, equacionados pela extraordinária capacidade humana de pensar, convergem para uma criação que se renova.

EXERCÍCIO:

(UFPR) Resumir, em no máximo 10 linhas, o texto abaixo.


A Satanização do Público



Há um conto-do-vigárío em curso no Brasil. O espertalhão entra em cena, denuncia a falência do tesouro, louva as virtudes do mercado a propõe o desmanche do Estado. Desfalques escabrosos fazem-no convincente. A autópsia do collorato credencia-lhe a infabilidade. Seu lema é "tudo que o governo toca vira pó". Debaixo dessa aparente verdade transita uma confusão na qual se mis¬turam dois conceitos, o da atividade estatal; e o de serviço público.
O estatal e o público são coisas diversas. O Banerj é um banco estatal e o Hospital das Clínicas é um hospital público. Por mais doidos que haja no Rio de Janeiro, nunca um carioca entrou numa agência do Banerj e pediu 10 milhões para pagar o colégio do filho. Isso porque, mesmo sendo estatais, os bancos oficiais funcionam como empresas privadas. Por mais doidos que haja em São Paulo, ninguém deixa de ir ao Hospital das Clínicas porque está sem dinheiro. Serviço público, o hospital, existe para o cidadão.
Confundir uma conveniente redução da atividade econômica do Estado com atrofia dos serviços públicos é uma vigarice. Muitas vezes ela vem disfarçada no discurso da competência: tudo o que é privado funciona e tudo o que é público enguiça. Trata-se de uma generalização falaciosa. As universidades públicas são as melhores do país e as bibocas médicas dos bairros pobres são piores que os hospitais públicos.
Nove entre dez brasileiros jamais tiveram relações com a face generosa do Estado. Aquela que tem BNDS, juros subsidiados, anistias fiscais e jantares em homenagem ao ministro da Fazenda. Essa fauna enriquece à custa do Banco e, agora que ele faliu, proclama a inutilidade do papel do Estado. Construir um manicômio social de apaneísmo na presunção de que saúde, segurança e ensino públicos são coisas de pobre, quando na realidade são coisas de cidadão.
Para o brasileiro que carrega marmita, os serviços públicos são ineficientes, porém, indispensáveis. A prosopopéia do desmanche do Estado oferece o fechamento de empresas estatais que fizeram milionários no andar de cima junto com cortes nos serviços onde vivem os contribuintes do andar de baixo. Como é mais fácil fechar um hospital no subúrbio cortando-lhe as verbas do que um banco oficial acabando com seus empréstimos, alguns serviços de saúde pública já suspenderam as consultas, mas as caixas de financia¬mento continuam abertas.
A satanização dos serviços públicos é um ardil anti-social. No tempo do Brasil Potência, quando havia dinheiro de sobra, contava-se que era preciso esperar que o bolo crescesse para servi-lo. Comeram um bolo, botaram a culpa no Estado e agora se tenta confundir a broa de quem não tem com a panqueca de quem tem. Feita a confusão, busca-se nas padarias dos trabalhadores a farinha da próxima festa. (Élio Gaspari. Veja)

Vocabulário

1. conto-do-vigário: 1 delito que consiste em ludibriar incautos e gananciosos, oferecendo-lhes grandes vantagens aparentes, como, p.ex., a venda de produto valioso (falsificado) por valor bem inferior ao do mercado; conto; 2 Derivação: por extensão de sentido: qualquer manobra de má-fé em que se empregam meios ardilosos para tomar dinheiro aos incautos; Sinônimos: conto, logro, vigarice.
2. escabroso: que se opõe ao decoro, à decência.
3. atrofia: definhamento ou degeneração de instituições, de sentimentos etc.
4. falaciosa: enganosa, falsa.
5. manicômio: hospício.
7. prosopopéia: discurso veemente.
8. ardil: armação, cilada.

LEITURA INDISPENSÁVEL

PARA MELHOR COMPREENDEREM O TEMA "POR QUE, MESMO CONHECENDO OS EFEITOS DA PROPAGANDA, SUCUMBIMOS A ELA?", LEIAM (OU RELEIAM) O TEXTO:

Sedução para o consumo

Da tradição tecnicista vem a "necessidade vital" do consumo, e as poderosas técnicas da publicidade têm no homem atual presa fácil pelo vazio existencial proporcionado na era pós-moderna

Em: http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/66/seducao-para-o-consumo-da-tradicao-tecnicista-vem-a-244877-1.asp

quinta-feira, 15 de março de 2012

POSSIBILIDADES DE RESPOSTA - TAREFA 3/2012

1a) O desemprego nos centros urbanos constitui uma das causas fundamentais do surgimento das favelas. // O desemprego nos centros urbanos gera o surgimento das favelas. // O surgimento das favelas é decorrente sobretudo do desemprego nos centros urbanos. // Surgem as favelas porque nos centros urbanos aumenta o desemprego.

1b) O surgimento das favelas constitui uma das consequências do desemprego nos centros urbanos. // O surgimento das favelas resulta sobretudo do desemprego nos centros urbanos. // Cresce o índice de desemprego nos centros urbanos, consequentemente surgem as favelas. // Surgem as favelas em virtude sobretudo do desemprego nos centros urbanos.

2) "Tendo em vista as perspectivas que a diplomacia abre a quem quei¬ra abraçá-la, os percalços traduzem, provavelmente, a queda vertical em que o Brasil parece mergulhar, sem que se saiba onde e quando vai parar para reiniciar a ascensão que haveria de expressar uma recuperação indispensável."

3)De modo geral, a cultura da solidariedade e o pensamento a longo prazo transformaram-se em mecanismos de luxo.

De modo geral, a cultura da solidariedade e o pensamento a longo prazo vem sendo transformados em mecanismos de luxo.

4a) A preocupação do homem quanto à sua imagem existe há séculos. O mito de Narciso, que se apaixonou por seu reflexo na água e, na busca por ele, morreu afogado, é um exemplo. Platão também discutia isso. Para ele, o amor imaginário, impossível de se realizar, é melhor, pois pode ser perfeito, ao passo que na realidade nunca é. Mais tarde, com os poetas, a imagem novamente ganhou importância, dessa vez, com a idealização feminina. Fosse com Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga, fosse com Iracema, de José de Alencar, ambos os autores tinham em mente a figura de uma mulher, por eles tão necessária. (Redação nota máxima)

4b) Atravessar uma fronteira raramente é uma tarefa fácil. O vestibular, por exemplo, é algo que exige muita dedicação, estudo e horas de sono reduzido. Vencer uma etapa como essa, atravessar a divisa entre a adolescência e a vida adulta, estudando nas melhores universidades do país, é algo que poucos poderão, um dia, contar para seus netos. (Redação nota máxima)

5) "No Brasil, milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalho forçado e a condições degradantes. Prova evidente disso é que, segundo o Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2005, 25 mil trabalhadores eram mantidos em condições análogas a de escravos no país."

6a) Na Europa, ele teve oportunidade de visitar Paris, Munique e Roma, e também rever sua avó.
6b) Vamos tratar da origem da imprensa e do seu progresso nos últimos quatrocentos anos.
6c) Não deveríamos julgar um candidato pelo fato de ele ser advogado, fazendeiro ou exercer qualquer outra ocupação.

ALIENAÇÃO - O QUE É?

Alienação (alienus: outro) é o fenômeno pelo qual os homens criam ou produzem alguma coisa, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse vida própria e poder em si e por si mesma, não se reconhecem na obra que criaram, fazendo-a a um ser-outro, separado dos homens, superior a eles e com podr sobre eles.(...) [Marx] interessou-se em compreender as causas pelas quais os homens ignoram que são criadores da sociedade, da política, da cultura e agentes da História. Interessou-se em compreender por que os homens acreditam que a sociedade não foi instituída por eles, mas por vontade e obra dos deuses, da Natureza, da Razão, em vez de perceberem que, em condições históricas determinadas, criaram as instituições sociais - família, relações de produção e de trabalho, relações de troca, linguagem oral, linguagem escrita, escola, religião, arte, ciências, filosofia, - e as isntituições políticas - leis, direito, deveres, tribunais, estado, exército, impostos, prisões. A ação sociopolítica e histórica chama-se práxis e o desconhecimento de sua origem e de suas causas, alienação. (Convite à filosofia. Marilena Chaui)

NARCISISMO - O QUE É?

Conta o mito que o jovem Narciso, belíssimo, nunca tinha visto sua própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, viu um lago. Aproximou-se e viu nas águas um jovem de extraordinária beleza e pelo qual apaixonou-se perdidamente. Desejava que o outro saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como o outro parecia recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou nas águas, foi às profundezas à procura do outro que fugiu, morrendo afogado. Narciso morreu por amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem ou pela auto-imagem. O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa própria imagem ou por nós mesmos porque não conseguimos diferenciar o eu e o outro. (Convite à filosofia. Marilena Chaui)

segunda-feira, 12 de março de 2012

TEMA: A partir da relação entre este quadro e os textos l e 2 [ver aula], é possível afirmar que tudo é relativo? E que a realidade é ilusão? Redija uma dissertação, defendendo o seu ponto de vista a respeito.

O SENTIDO DAS PALAVRAS-CHAVE


Relativo: Que mostra relação. Que se refere, referente. Que é calculado em referência a uma proporção, a um valor comparativo; proporcionado. Relativo se diz do ser que está em relação a outro, ou que é portador de uma relação. Relativo se diz também do que implica limite ou restrição; do que depende, para existir, de outro ser.

Relativismo: Designação genérica das doutrinas que consideram o conhecimento humano impotente (agnósticos, céticos etc.) para atingir a verdade, a essência das coisas, ou que afirmam ser essa essência dependente da situação em que se encontra a pessoa; existiria, assim, uma verdade para cada pessoa e a verdade seria relativa a cada ser humano.

Relativismo moral: É a teoria que sustenta não existirem normas objetivas baseadas na realidade essencial dos seres, que fundamentem a conduta humana. Esta seria dependente da vontade individual ou da vontade coletiva. O que é moral ou imoral, justo ou injusto, bom ou mau, estaria na dependência total do que a pessoa ou os grupos de pessoas julgassem moral ou imoral, justo ou injusto, bom ou mau. (Álvaro Magalhães, Dicionário Enciclopédico Brasileiro).

Absoluto: Independente; que não reconhece superioridade; sem restrições; ilimitado; incondicional; soberano; único; abstrato; incontestável; cabal; puro. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

Objetivo: Diz-se de tudo o que tem relação com algum objeto, que dimana de um objeto. Que é um objeto para o espírito. Que depende da experiência externa; que se baseia na experiência geral. Diz-se de algo que não depende do juízo individual, motivo pelo qual todas as pessoas estão ou podem estar de acordo. Que existe de fato, não somente na ideia; que tem um ser subsistente em si mesmo. Diz-se do juízo que não se deixa levar por pressupostos ou preferências, mas vê a realidade como ela é. Em sentido puramente gramatical, objetivo é o que se refere ao objeto direto ou indireto dos verbos transitivos.

Subjetivo: Designa o que é de natureza psicológica (sentimentos, emoções, paixões); contrapõe-se ao que é objetivo, ou seja, de natureza lógica. O subjetivo se liga ao indivíduo, ao seu interior, à sua consciência. O objetivo se liga ao universal, ao exterior, ao que se pode explicar e provar pelo raciocínio (dedução, indução). Em tal sentido, os fatos subjetivos ou psicológicos são tão verdadeiros quanto os objetivos ou lógicos; apenas os primeiros se interligam por um mecanismo associativo que nem sempre se explica pelo raciocínio silogístico, como acontece com os últimos. Num emprego popular, costuma-se usar o termo subjetivo em sentido pejorativo, designando o que não tem base científica e, por isso mesmo, não deveria ser levado em conta por pessoas inteligentes. Evidentemente é um sentido preconceituoso, sem base na ciência do comportamento humano (Psicologia).

Eu, tu, ele: Os pronomes pessoais são de caráter objetivo, pois designam com precisão evidente aquele que fala, aquele com quem se fala e aquele ou aquilo de que ou de quem se fala. Costuma-se, em linguagem pejorativa e anticientífica, fazer-se referência ao emprego do pronome eu, como se esse emprego tornasse o enunciado de menor valor ou mesmo falso. Na verdade, a objetividade ou subjetividade do enunciado está no predicado, não no sujeito eu, tu ou ele. É o que se diz do sujeito que pode ser de natureza psicológica ou lógica. Assim, eu vejo, eu existo (Descartes: "Penso; logo existo") são enunciados objetivos. "Eu sou um monstro e tu és um anjo" (de Romeu para Julieta) é uma frase de caráter psicológico ou subjetivo. Em ambos os casos se enunciam verdades; no primeiro caso, de caráter lógico; no segundo, psicológico.

(Fonte: Curso de redação. Hildebrando A. de André)

Ilusão: (substantivo feminino) erro de percepção ou de entendimento; engano dos sentidos ou da mente; interpretação errônea; confusão de aparência com realidade; confusão de falso com verdadeiro. (Dicionário Eletrônico Houaiss); Real: W. Brugger, em seu Dicionário de Filosofia, diz-nos que, na hodierna terminologia filosófica, o termo "real" designa, via de regra, o ente, o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é puramente possível. Existe em si independentemente de nossa representação e de nosso pensamento. Para Legrand, também em seu Dicionário de Filosofia, a realidade opõe-se ao imaginário e ao ilusório, mas sem estes não a concebemos. A própria alucinação é uma realidade para o alucinado (e uma outra realidade para aquele que o ouve e trata-o). Ilusão: derivando do latim illudere (ludere, "jogar" + in, "sobre"): enganar, troçar, escarnecer. Usa-se geralmente o termo "ilusão" para significar um erro ou engano dos sentidos e do juízo. Natureza da ilusão: percepção errônea ou equivocada, devido à má interpretação dos dados dos sentidos ou dos elementos de uma experiência vital. O erro não está no dado sensível, mas no que se lhe junta. (http://www.ceismael.com.br/filosofia/real-e-ilusao.htm)